Será que se traduz assim?
Visual number-form area (VNFA).
Isso é novo pra mim! Já estava acostumada com a área visual da forma da palavra, visual word-form area (VWFA), mas, com a VNFA...
Vou contextualizar. Parece, parece cientificamente, que temos uma área cerebral "dedicada" ao reconhecimento visual de palavras/letras. E agora, pareeeece que temos uma área dedicada a símbolos que carregam a representação de quantidades. Mas, o estudo de Abboud, S. et al. vai além, mostrando a existência da tal área em pessoas cegas.
Ou seja, como sempre, há um estudo científico com uma metodologia mirabolante (e muitas vezes linda) que indica tais achados. Ele foi recém publicado na Nature Communications, envolvendo pesquisadores de Israel e da França (entre eles o Dehaene).
Ou seja, como sempre, há um estudo científico com uma metodologia mirabolante (e muitas vezes linda) que indica tais achados. Ele foi recém publicado na Nature Communications, envolvendo pesquisadores de Israel e da França (entre eles o Dehaene).
O "modelo" envolveu pessoas com visão normal e cegas, a fim de se mostrar a natureza multisensorial dos achados e não exatamente/exclusivamente visual como os nomes da área sugere. De modo meio intuitivo isso pode ser compreendido do seguinte modo: o cego não vê, mas, entende a representação simbólica de quantidade, ora, isso sabemos!
Mas, a questão é relacionar alguma área cerebral ao fenômeno (ou ainda alguma rede funcional, isso é assunto pra mais de metro). Desse modo, o artigo informa, "nem a modalidade de input (entrada) sensorial nem a experiência visual, nem a estimulação sensorial física ela mesma, possuiriam um papel crítico na especialização dessa área".
E por aí segue. O estudo basicamente se utilizou de uma análise de imagens de ressonância funcional. De minha parte, sigo lendo o artigo com mais detalhe porque tem muito mais caroço no angu do que esta breve introdução que fiz.
Mas, a questão é relacionar alguma área cerebral ao fenômeno (ou ainda alguma rede funcional, isso é assunto pra mais de metro). Desse modo, o artigo informa, "nem a modalidade de input (entrada) sensorial nem a experiência visual, nem a estimulação sensorial física ela mesma, possuiriam um papel crítico na especialização dessa área".
E por aí segue. O estudo basicamente se utilizou de uma análise de imagens de ressonância funcional. De minha parte, sigo lendo o artigo com mais detalhe porque tem muito mais caroço no angu do que esta breve introdução que fiz.
De qualquer modo, fica aqui uma constante reflexão que tem sido revisitada nos artigos sobre leitura. Existe de fato uma "área cerebral" dedicada à leitura?
Com tão pouco tempo de evolução em termos de espécie, é difícil defender que tenhamos uma área exclusiva da leitura em nossos cérebros. Aliás, isso reforçaria, de um certo modo, a visão de que cérebros possuem caixinhas para cada função cognitiva complexa. O que já sabemos, não rola! Seriam necessários muitos mais cérebros pra carregar todas as caixinhas necessárias... A visão mais atual sobre o assunto é que áreas que compartilham funções, se mostrando especiais para algumas delas. Como a leitura é uma atividade intrinsecamente humana, podemos pensar na possibilidade de que algumas áreas sejam mais sobrecarregadas e relacionadas a tal atividade, não exclusivas.
Já a contagem, a compreensão de grandezas, etc... não é exclusividade humana. Portanto, eu apostaria na VNFA como sendo mais legal e promissora como área que a VWFA. Fato é que só começamos a estudar os mecanismos cerebrais relacionados à compreensão matemática bem mais recentemente que a leitura, e, portanto, felizmente, ainda tem osso pra ser roído por toda a comunidade científica!
Vou criar um post sobre caixinhas cerebrais, fica pra depois.
Vou criar um post sobre caixinhas cerebrais, fica pra depois.
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